Confesso: não é tão fácil.
Isto porque o filme é sempre definido no encontro. Como na literatura, o sentido do filme é construído por quem o assiste, e dialoga com ele.
Somos algumas cabeças e corações com certa sintonia cinematográfica e quase sempre chegamos a um título eleito sem grandes discordâncias.
Nos últimos dias partilhamos algumas sessões: Videolência produzido pelos parceiros do NCA , Viver a Vida do Godard e por fim Brasilia 18% de Nelson Pereira dos Santos. Títulos bem variados: o primeiro fala de nós, o segundo nos remete a um jeito de fazer cinema audaz e que marca a linguagem cinematrográfica e o terceiro é um experimentação ficiconal de um importante percussor do cinema novo brasileiro.
O vídeo do Fernando, Daniel e do Diego nos coloca na tela, nos dá voz e registra um momento histórico na relação que temos com o vídeo e com o cinema: podemos propor sentidos e não mais sermos só expectadores. Misturamos ficcção e entrevistas documentais, desconstruímos a linguagem já estabelecida.
O filme do Godard nos remete a outro "A paixão de Joana D´Arc" ambos falam de mulheres sem liberdade, por meio do silêncio, de intertítulos, dos fins trágicos, e nos tocam pelo olhar das protagonistas: por eles vemos suas almas.
O terceiro filme que partilhamos nos colocou numa situação embaraçosa frente ao diretor de Rio 40 Graus e Memórias do Cárcere... Pois é, em cinema, o nome do diretor é apenas um indicativo do tipo de filme que você poderá assitir, mas nunca pode ser uma referência absoluta no que diz respeito a qualidade da obra. Vários lances ouvidos: "noosssssssssa não acredito", "mas que luz é essa", "essas explicações no meio do filme é que matam", "mas que protagonista mais babaca", e por aí vai...
Não preciso nem dar pista sobre qual o próximo filme iremos assistir.
Não preciso nem dar pista sobre qual o próximo filme iremos assistir.
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