segunda-feira, julho 30, 2007

Movimentos sociais, grandes lutas!


Na esteira do filme exibido ontem no cine becos e num texto do Boris Fausto que li no caderno Mais! da Folha, estive pensando nessa questão da falta de moradia aqui no Brasil.
Primeiro, para uma família adquir um imóvel ela precisa de "grana", e para conseguir "grana" faz-se necessário emprego. Então, como sabemos, falta emprego para muita gente e, consequentemente, dinheiro para a aquisição de uma moradia digna com um mínimo de estrutura. Quando tem emprego, é o subemprego com baixa remuneração. Hipotéticamente, podemos imaginar uma família aqui da periferia com 4 pessoas, duas trabalham; o casal é subempregado, com remuneração total de R$1000,0 O que daria uma média de 500 para cada um. O dois filhos não trabalham. Como essa família pode adquirir uma moradia com as condições mínimas de estrutura?? Um barraco será a alternativa, ou o aluguel. Isso sendo generoso e imaginando uma família com dois filhos.
No Brasil a forma de financiamento não permite que muitas famílias adquiram moradia. A caixa, que aparenta uma forma de financiamento popular, não dar acesso a uma família como a descrita. Pois o casal é subempregado e não tem condição de arcar com a forma de financiamento imposto.
Nessa situação a saída seria a entrada do governo em duas pontas: primeiro, subsidiando moradias para aqueles que não têm condições reais de arcar com custos de financiamentos bancários. O subsídio seria uma forma de crédito mais barato. Segundo, seria atuar em outra ponta com uma política econômica para aumentar a geração de empregos com remunerações mais dignas para que cada vez menos pessoas precisem de subsídio do governo para conseguir onde morar.
O PAC (Program de Aceleração do Crescimento) prever verbas para o aumento do financiamento habitacional. Se essa grana não custar muito caro para a população mais pobre, uma das pontas do problema parece estar começando a ser aparada. Dados da GVconsult dão conta de que o déficit habitacional subiu de 6,247 milhões de moradias em 1993 para 7,280 milhões de casas em 2003. Ou seja, durante todo o mandato de FHC o número de sem-tetos aumentou. De 2003 até agora não vi números, mas, dado os fatos, não parece ter mudado muito, infelizmente.


Texto Anderson Rodrigues

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