De blá, blá, blá o Orkut tá cheio!
Comunidade Becos e Vielas, o lado "marginal" na internet
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4935267
segunda-feira, novembro 28, 2005
"Toda a catedral é populista, é pop, é macumba pra turista"
O que me fez escrever sobre isso foi uma situação que vivi ontem. Depois de assistir o filme Manderley, de Lars von Trier, fui digerir as sensações causadas pelo filme em frente ao Parque Trianon. Sentei-me bem em frente a uma estátua situada na calçada do parque.
Fiquei um tempão observando que ela chamava a atenção da maioria dos pedestres que ali caminhavam. Algumas olhavam rapidamente, outras se aproximavam para observar melhor, umas mais curiosas tentavam saber quem era aquele homem ali artisticamente representado.
Teve um momento em que um grupo de pessoas se aproximaram curiosas. Eram 2 mulheres, 2 homens e 2 crianças. Os adultos colocaram as crianças aos pés da estátua para tirarem uma fotografia. Tive a impressão que aquela estátua ia esmagar as crianças, felizes e contentes, a qualquer momento.
Não consegui saber quem era aquele homem que está lá estático, heroicamente representado e que, imperativamente obriga os transeuntes a dedicar-lhe um olhar de contemplação. Mas, certa vez um amigo meu disse que, se não me engano, Walter Benjamim, por sua vez, disse que "todo monumento é uma homenagem a barbárie."
De lá pra cá, de estátuas a nomes de viadutos que vejo, remetem ao que meu amigo falou. É certo que não é em 100% dos casos que a observação de Benjamim deve ser colocada, entretanto, com meu pouco e precário conhecimento de monumentos ou coisas parecidas posso afirmar que em 90% dos casos funciona.
Um dos exemplos que posso dar é de quando conheci a Basílica de São Pedro, no Vaticano, com suas estátuas de mármore dedicadas a papas sanguinários e a crenças que nem Maquiavel acharia justas para a humanidade. Outro exemplo é um Obelisco a Mussolini e inscrições que o louvam em frente ao Estádio Olímpico construído por ele, em Roma, durante seu regime fascista.
Percebo que nossa civilização dedica-se fielmente em manter-nos, diariamente, conscientes dos processos, fatos e feitos, que recorremos para sua construção e manuntenção. Senti vontade de fazer uma pintura surrealista naquela estátua branca mas, infelizmente, não foi possível porque eu não tinha meios e nem capacidade de realizar meu desejo.
Não é querendo dar lição de moral: mas, pense muito bem antes de tirar fotos sorridentes ao lado de estátuas imponentes...
Juliana Ferreira
Fiquei um tempão observando que ela chamava a atenção da maioria dos pedestres que ali caminhavam. Algumas olhavam rapidamente, outras se aproximavam para observar melhor, umas mais curiosas tentavam saber quem era aquele homem ali artisticamente representado.
Teve um momento em que um grupo de pessoas se aproximaram curiosas. Eram 2 mulheres, 2 homens e 2 crianças. Os adultos colocaram as crianças aos pés da estátua para tirarem uma fotografia. Tive a impressão que aquela estátua ia esmagar as crianças, felizes e contentes, a qualquer momento.
Não consegui saber quem era aquele homem que está lá estático, heroicamente representado e que, imperativamente obriga os transeuntes a dedicar-lhe um olhar de contemplação. Mas, certa vez um amigo meu disse que, se não me engano, Walter Benjamim, por sua vez, disse que "todo monumento é uma homenagem a barbárie."
De lá pra cá, de estátuas a nomes de viadutos que vejo, remetem ao que meu amigo falou. É certo que não é em 100% dos casos que a observação de Benjamim deve ser colocada, entretanto, com meu pouco e precário conhecimento de monumentos ou coisas parecidas posso afirmar que em 90% dos casos funciona.
Um dos exemplos que posso dar é de quando conheci a Basílica de São Pedro, no Vaticano, com suas estátuas de mármore dedicadas a papas sanguinários e a crenças que nem Maquiavel acharia justas para a humanidade. Outro exemplo é um Obelisco a Mussolini e inscrições que o louvam em frente ao Estádio Olímpico construído por ele, em Roma, durante seu regime fascista.
Percebo que nossa civilização dedica-se fielmente em manter-nos, diariamente, conscientes dos processos, fatos e feitos, que recorremos para sua construção e manuntenção. Senti vontade de fazer uma pintura surrealista naquela estátua branca mas, infelizmente, não foi possível porque eu não tinha meios e nem capacidade de realizar meu desejo.
Não é querendo dar lição de moral: mas, pense muito bem antes de tirar fotos sorridentes ao lado de estátuas imponentes...
Juliana Ferreira
sexta-feira, novembro 25, 2005
LEI SECA NA PERIFERIA DE SÃO PAULO
A subprefeitura de M`Boi Mirim, zona sul da capital paulista, lançou o chamado Pacto da Paz, ou Lei Seca como alguns chamam. O projeto visa o fechamento dos bares às 22h, com a intenção de reduzir a violência, segundo o discurso de José Serra durante a 10ª Caminhada pela Paz no Jd. Ângela e pretende abranger toda a periferia da cidade.
“Segundo o Ministério Público, 91% dos assassinatos na zona sul ocorrem a 100 metros de um bar”
O Ministério também deveria saber que praticamente a cada 100 metros existe um bar na periferia, ou seja, qualquer lugar que você morrer na quebrada será próximo a um boteco.
O Becos conversou com alguns donos de bares da região e com alguns freqüentadores para saber o que eles acham dessa medida.
O Bar do Mangue, na Avenida Guarapiranga, um dos picos mais movimentados da região, foi reaberto após 4 meses. Erli Ferraz da Silva, 38 anos, o responsável pelo bar, diz que fechou por causa dos vizinhos que entraram com processo na Prefeitura incomodados com o barulho e não por violência no local.
Fábio de 26 anos, morador do Jd. Alfredo e freqüentador do Bar do Mangue, complementa: “Nunca tive que correr daqui por causa de treta. Uma vez um cara puxou o revólver, mas aí trocaram uma idéia e apaziguou a fita, entendeu? Só quando era lá em frente do Vicente (escola pública no Jd. das Flores) é que mataram um cara na rua, mas é outra fita. Aqui na pracinha eu colo há uns 2 anos, de boa. As bebidas são boas e gasto bem menos do que gastaria na Vila Madalena.”
Fábio diz que quando o Mangue fechava, o perigo maior era a polícia: “Uma vez chegaram com spray de pimenta na cara de todo mundo, descendo a borrachada, e você sabe como é, vai debater com fardado? Eles são os donos da razão.”
Quando perguntado sobre os bares da classe média, responde injuriado: “Os filhinho de papai ficam de boa né? Na Vila Madalena vira a noite e agora sobra pra nós!”
DE QUEBRADINHA...
Jardim Boa Vista (Próximo ao Pq. Figueira Grande), meia-noite da sexta feira, Zé Muquinha, dono do bar que tem o seu nome diz: “Você acha que alguém vai ser estuprada ou roubada aqui na frente? Mas se morrer na calçada com o bar fechado, vai sair no jornal: Morreu no bar!”
E diz mais:“A mulher chega às 11 horas do trabalho, o mercado tá fechado. Onde ela vai comprar uma Dolly?”
Ângela Maria, moradora do bairro fecha a idéia: “Chego tarde do trabalho e realmente me sinto mais segura quando os bares estão abertos, quando estão fechados é tudo escuro aqui, vão fechar às 22h e aonde eles vão beber?”
E a polêmica continua:
“Sou totalmente a favor, isso diminui a violência e incentiva as pessoas a procurarem outras alternativas de entretenimento”. (Aurélio Caetano)
“Na época em que fecharam os bingos, o teatro cresceu. Mas isso nos bairros nobres. Será que na perifa um ou dois irão a um teatro, com a bilheteria a 50 conto? Se bem que tem uns mais baratos, mas quem tem interesse por teatro na quebrada? O Boteco infelizmente é a única opção”. (Robson Canto)
Por Rogério Pixote
“Segundo o Ministério Público, 91% dos assassinatos na zona sul ocorrem a 100 metros de um bar”
O Ministério também deveria saber que praticamente a cada 100 metros existe um bar na periferia, ou seja, qualquer lugar que você morrer na quebrada será próximo a um boteco.
O Becos conversou com alguns donos de bares da região e com alguns freqüentadores para saber o que eles acham dessa medida.
O Bar do Mangue, na Avenida Guarapiranga, um dos picos mais movimentados da região, foi reaberto após 4 meses. Erli Ferraz da Silva, 38 anos, o responsável pelo bar, diz que fechou por causa dos vizinhos que entraram com processo na Prefeitura incomodados com o barulho e não por violência no local.
Fábio de 26 anos, morador do Jd. Alfredo e freqüentador do Bar do Mangue, complementa: “Nunca tive que correr daqui por causa de treta. Uma vez um cara puxou o revólver, mas aí trocaram uma idéia e apaziguou a fita, entendeu? Só quando era lá em frente do Vicente (escola pública no Jd. das Flores) é que mataram um cara na rua, mas é outra fita. Aqui na pracinha eu colo há uns 2 anos, de boa. As bebidas são boas e gasto bem menos do que gastaria na Vila Madalena.”
Fábio diz que quando o Mangue fechava, o perigo maior era a polícia: “Uma vez chegaram com spray de pimenta na cara de todo mundo, descendo a borrachada, e você sabe como é, vai debater com fardado? Eles são os donos da razão.”
Quando perguntado sobre os bares da classe média, responde injuriado: “Os filhinho de papai ficam de boa né? Na Vila Madalena vira a noite e agora sobra pra nós!”
DE QUEBRADINHA...
Jardim Boa Vista (Próximo ao Pq. Figueira Grande), meia-noite da sexta feira, Zé Muquinha, dono do bar que tem o seu nome diz: “Você acha que alguém vai ser estuprada ou roubada aqui na frente? Mas se morrer na calçada com o bar fechado, vai sair no jornal: Morreu no bar!”
E diz mais:“A mulher chega às 11 horas do trabalho, o mercado tá fechado. Onde ela vai comprar uma Dolly?”
Ângela Maria, moradora do bairro fecha a idéia: “Chego tarde do trabalho e realmente me sinto mais segura quando os bares estão abertos, quando estão fechados é tudo escuro aqui, vão fechar às 22h e aonde eles vão beber?”
E a polêmica continua:
“Sou totalmente a favor, isso diminui a violência e incentiva as pessoas a procurarem outras alternativas de entretenimento”. (Aurélio Caetano)
“Na época em que fecharam os bingos, o teatro cresceu. Mas isso nos bairros nobres. Será que na perifa um ou dois irão a um teatro, com a bilheteria a 50 conto? Se bem que tem uns mais baratos, mas quem tem interesse por teatro na quebrada? O Boteco infelizmente é a única opção”. (Robson Canto)
Por Rogério Pixote
Ambulantes.
Ontem (24/11), eu estava passando na praça da Sé (cartão postal da cidade mais populosa do Brasil), e me deparei com uma cena revoltante. Policias da Guarda Civil Metropolitana, quebrando as barracas, e, até dando borrachadas nos ambulantes. Posso estar cometendo um equivoco, mas quem deu essa autoridade a eles? Os ambulantes dizem que estão trabalhando (e de fato estão mesmo). Os guardas dizem o mesmo (também concordo que estão trabalhando), só acho que não precisam abusar da “autoridade” que dizem ter. Agora o pior de tudo, é um pessoal de colete amarelo, que ajudam os guardas metropolitanos a recolher as mercadorias dos ambulantes. Dá pra ver na cara deles que são pessoas de baixa renda, como nós, não tem pra quê aquela arrogância e prepotência toda, entendam estamos no mesmo.
Por: Robson Canto.
Por: Robson Canto.
Religiões afros têm direito de resposta na TV Record
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região decidiu que as religiões de origem africana têm direito de resposta na Rede Record e Rede Mulher de Televisão. O TRF-3 manteve decisão de primeira instância. O recurso das emissoras foi negado, segundo informações da Revista Consultor Jurídico.
Em maio deste ano, a juíza federal Marisa Cláudia Gonçalves Cucio condenou as emissoras a exibir um programa com duração de uma hora durante sete dias, além de três chamadas diárias na grade de programação. Estabeleceu multa de R$ 10 mil reais em caso de descumprimento.
O programa de resposta já foi gravado e conta com a participação de sacerdotes e sacerdotisas das religiões afros, como umbanda e candomblé. O programa foi produzido em formato de debate com outras entidades religiosas e organizações do movimento negro, além de contar com as presenças do advogado Dalmo Dallari e do arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes.
De acordo com Daniel Teixeira, assessor jurídico do Ceert — Centro de Estudos das Relações do Trabalho e da Desigualdade, um dos patrocinadores da ação foi Hédio Silva Júnior, atual Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. “Ele e todos nós da organização esperamos que a sociedade possa ter a chance de assistir ao programa, conhecer melhor as religiões de matriz africana e compartilhar do diálogo pela liberdade de crença e contra a intolerância religiosa”.
Fonte: Revista Consultor Jurídico
Em maio deste ano, a juíza federal Marisa Cláudia Gonçalves Cucio condenou as emissoras a exibir um programa com duração de uma hora durante sete dias, além de três chamadas diárias na grade de programação. Estabeleceu multa de R$ 10 mil reais em caso de descumprimento.
O programa de resposta já foi gravado e conta com a participação de sacerdotes e sacerdotisas das religiões afros, como umbanda e candomblé. O programa foi produzido em formato de debate com outras entidades religiosas e organizações do movimento negro, além de contar com as presenças do advogado Dalmo Dallari e do arcebispo de São Paulo, Dom Cláudio Hummes.
De acordo com Daniel Teixeira, assessor jurídico do Ceert — Centro de Estudos das Relações do Trabalho e da Desigualdade, um dos patrocinadores da ação foi Hédio Silva Júnior, atual Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo. “Ele e todos nós da organização esperamos que a sociedade possa ter a chance de assistir ao programa, conhecer melhor as religiões de matriz africana e compartilhar do diálogo pela liberdade de crença e contra a intolerância religiosa”.
Fonte: Revista Consultor Jurídico
Festa - II Não Matarás Nenhum Brasileiro
Neste sábado 26/11 à partir das 20:30 hs. haverá uma Festa - Manifesto pela paz, contra a Violência, O II Não Matarás Nenhum Brasileiro , evento que se propõe a disseminar uma campanha para formação de leitores, ampliando o universo cultural, sendo o poeta Binho o idealizador do projeto.
O Sarau acontecerá das 20:30 às 22:00 h e a Festa a partir das 22h. O ingresso será 01 Kilo de livros, haverá apresentações com a Banda Morro Tribal, Carlos Silva, Banda Pataxó, discotecagem (Mario) e muitos outros.
Será uma festa com muitos rítmos e muita dança.
Iremos também comemorar o aniversário do Binho.
Imperdível, esperamos você.
Local do evento: Mestiço- Musicultura - Estrada de Campo Limpo,(em cima das Casas Bahia, ao lado do HSBC) Até lá!!
O Sarau acontecerá das 20:30 às 22:00 h e a Festa a partir das 22h. O ingresso será 01 Kilo de livros, haverá apresentações com a Banda Morro Tribal, Carlos Silva, Banda Pataxó, discotecagem (Mario) e muitos outros.
Será uma festa com muitos rítmos e muita dança.
Iremos também comemorar o aniversário do Binho.
Imperdível, esperamos você.
Local do evento: Mestiço- Musicultura - Estrada de Campo Limpo,(em cima das Casas Bahia, ao lado do HSBC) Até lá!!
quinta-feira, novembro 24, 2005
BUUMM!! SAI DA FRENTE, A MULHER CHEGOU!
Quem disse que mulher não entende de futebol não conhece a dona Maria.
A mineira Maria Rodrigues Souza, 62 anos, foi para a Bahia aos 10 e migrou para São Paulo aos 27, com 6 filhos e viúva. Há 5 anos é presidente do Pé de Bola, time de futebol do Jardim Nakamura e também tem muitos netos , como ela mesmo disse: “Tenho que pegar um saco de milho e jogar no quintal pra ver quantos netos eu tenho.”
Inquieta e simpática ela nos explica como começou a gostar de futebol
“Todo dia, 4h da manhã eu saía de casa com sacola no pé (por causa do barro) até a avenida pra pegar o ônibus pra ir trabalhar, e os meus macho (os filhos) só queriam saber de jogar bola, não faziam o serviço de casa. Eu metia o reio. Acabei me acostumando(com o futebol)”.
Seu irmão foi quem lhe passou a presidência do time, desde então dona Maria faz o que pode, junta a aposentadoria e o lucro do barzinho,que o que dá mais lucro é sorvete, para comprar as camisas e pagar os campeonatos. Ela é quem faz tudo, desde lavar o jogo de camisa ao churrasquinho de comemoração.
“Não tenho idéia de quanto gasto com o time. No dia de jogo, compro um sacão de batata, dou uma cozida e dou pros meninos.”
Domingo, dia 30 de outubro, Pé de Bola X Blazer Bar pelas quartas de final da Copa Pé de Bola no antigo campo do Zona Sul, campo que dona Maria pagou 5 mil pela sociedade com seu Zé.
Nossa equipe chega atrasada e ao perguntar sobre dona Maria um torcedor responde: Não sei se ela está aqui, ainda não ouvi tiros de rojão!
.Mas ela estava no barzinho da beira do campo. Nos recebe com um sorriso e logo em seguida: “Acordei 5h da manhã pra fazer uma pinguinha e um tira-gosto pra vocês, já tava chamando vocês de pipoca.”
Chega a hora do Pé de Bola entrar em campo.
A presidente do time já nervosa e com os rojões na mão grita: Ô juizzz, vai começar logo isso ou eu vou ter que entrar no seu lugar. To falando mesmo!!!
Enfim o árbitro apita e a dona Maria arrebenta com os fogos: KBUMM!! Pé de Bolaa!!
“Comigo é assim meu filho, enquanto as pestanas tiver rebatendo eu to de pé. O bagulho é doido.No último campeonato (em que o time ficou em segundo lugar - verificar) comprei 5 caixas de fogos e só fiquei de cantinho estourando (para comemorar), escondida, porque eu sabia que eles ião me jogar pro alto.”
Dona Maria não é a técnica, mas não deixa de meter o bedelho: Fica de boa que só to vendo você de copinho na mão. Vai pro banco, ta bebendo!
A presidente diz que se for preciso, bate com facão na bunda dos jogadores.
Um torcedor, gritando injuriado, diz que se alguém for expulso, vai meter bala. Mas o domingo é de futebol e todos são amigos, vizinhos. A trilha sonora fica por conta de Fim de Semana no Parque (Racionais).
A nossa Maria passa todo o jogo na beira do campo, com o rojão descarregado na mão e a mãe do juiz na ponta da língua, diz que a emoção é demais mas quando sente o coração um pouco mais agitado, toma suco de maracujá.
Termina o segundo tempo, O X O. A decisão é nos pênaltis, a baixinha querida pela comunidade, fica zanzando de um lado para o outro, não quer conversa.
O Pé de Bola é eliminado e depois de cumprimentar quase todos, dona Maria segue para o bar, a sede do time, sozinha. Ainda serve caldo de mocotó e cerveja para todos com a mesma energia de quando estava em campo.
“Ainda quero muita coisa mas por enquanto só falta arrumar o campo pra comunidade, cercar direitinho, fazer tudo bonitinho.”
A mineira Maria Rodrigues Souza, 62 anos, foi para a Bahia aos 10 e migrou para São Paulo aos 27, com 6 filhos e viúva. Há 5 anos é presidente do Pé de Bola, time de futebol do Jardim Nakamura e também tem muitos netos , como ela mesmo disse: “Tenho que pegar um saco de milho e jogar no quintal pra ver quantos netos eu tenho.”
Inquieta e simpática ela nos explica como começou a gostar de futebol
“Todo dia, 4h da manhã eu saía de casa com sacola no pé (por causa do barro) até a avenida pra pegar o ônibus pra ir trabalhar, e os meus macho (os filhos) só queriam saber de jogar bola, não faziam o serviço de casa. Eu metia o reio. Acabei me acostumando(com o futebol)”.
Seu irmão foi quem lhe passou a presidência do time, desde então dona Maria faz o que pode, junta a aposentadoria e o lucro do barzinho,que o que dá mais lucro é sorvete, para comprar as camisas e pagar os campeonatos. Ela é quem faz tudo, desde lavar o jogo de camisa ao churrasquinho de comemoração.
“Não tenho idéia de quanto gasto com o time. No dia de jogo, compro um sacão de batata, dou uma cozida e dou pros meninos.”
Domingo, dia 30 de outubro, Pé de Bola X Blazer Bar pelas quartas de final da Copa Pé de Bola no antigo campo do Zona Sul, campo que dona Maria pagou 5 mil pela sociedade com seu Zé.
Nossa equipe chega atrasada e ao perguntar sobre dona Maria um torcedor responde: Não sei se ela está aqui, ainda não ouvi tiros de rojão!
.Mas ela estava no barzinho da beira do campo. Nos recebe com um sorriso e logo em seguida: “Acordei 5h da manhã pra fazer uma pinguinha e um tira-gosto pra vocês, já tava chamando vocês de pipoca.”
Chega a hora do Pé de Bola entrar em campo.
A presidente do time já nervosa e com os rojões na mão grita: Ô juizzz, vai começar logo isso ou eu vou ter que entrar no seu lugar. To falando mesmo!!!
Enfim o árbitro apita e a dona Maria arrebenta com os fogos: KBUMM!! Pé de Bolaa!!
“Comigo é assim meu filho, enquanto as pestanas tiver rebatendo eu to de pé. O bagulho é doido.No último campeonato (em que o time ficou em segundo lugar - verificar) comprei 5 caixas de fogos e só fiquei de cantinho estourando (para comemorar), escondida, porque eu sabia que eles ião me jogar pro alto.”
Dona Maria não é a técnica, mas não deixa de meter o bedelho: Fica de boa que só to vendo você de copinho na mão. Vai pro banco, ta bebendo!
A presidente diz que se for preciso, bate com facão na bunda dos jogadores.
Um torcedor, gritando injuriado, diz que se alguém for expulso, vai meter bala. Mas o domingo é de futebol e todos são amigos, vizinhos. A trilha sonora fica por conta de Fim de Semana no Parque (Racionais).
A nossa Maria passa todo o jogo na beira do campo, com o rojão descarregado na mão e a mãe do juiz na ponta da língua, diz que a emoção é demais mas quando sente o coração um pouco mais agitado, toma suco de maracujá.
Termina o segundo tempo, O X O. A decisão é nos pênaltis, a baixinha querida pela comunidade, fica zanzando de um lado para o outro, não quer conversa.
O Pé de Bola é eliminado e depois de cumprimentar quase todos, dona Maria segue para o bar, a sede do time, sozinha. Ainda serve caldo de mocotó e cerveja para todos com a mesma energia de quando estava em campo.
“Ainda quero muita coisa mas por enquanto só falta arrumar o campo pra comunidade, cercar direitinho, fazer tudo bonitinho.”
quarta-feira, novembro 23, 2005
PRÊMIO COOPERIFA
AGORA É PRA VALER!!!!!!!!
VEM AÍ O 1º PRÊMIO COOPERIFA
EM DEZEMBRO VAI ACONTECER A ENTREGA DO 1º PRÊMIO COOPERIFA. O PRÊMIO SERÁ ENTREGUE A TODAS AS PESSOAS E ENTIDADES QUE DIRETA OU INDIRETAMENTE FAZEM A DIFERENÇA PARA O POVO DA PERIFERIA. NÃO IMPORTA DE ONDE OU DE COMO AJUDA. NAS ANDANÇAS DA COOPERIFA DESCOBRIMOS PESSOAS E LUGARES QUE ANONIMAMENTE, OU NÃO, CONTRIBUEM PARA UM MUNDO MELHOR, NA PERIFERIA (É CLARO!).
GENTE QUE SONHA E ACREDITA NO PRÓXIMO. PESSOAS QUE LARGARAM O DISCURSO BONITO DE MESA DE BAR E FORAM À LUTA, POR SI E PELOS OUTROS. O CRITÉRIO DA PREMIAÇÃO É NÃO TER CRITÉRIO. A GENTE VAI PREMIAR QUEM A GENTE QUISER: POETAS, POESIAS, ESCRITORES, ROMANCES, LIVROS, PROJETOS, CDS, MÚSICO, GRUPOS DE TEATRO, ATRIZES E ATORES, JORNALISTAS, CINEASTAS, FOTÓGRAFOS,DOCUMENTÁRIOS, AMIGOS E AMIGAS, PARCEIROS DE CAMINHADA, REVISTAS, INICIATIVAS, SITES, EVENTOS, GENTE DA COMUNIDADE E GUERREIROS EM GERAL.
NÃO VAI TER PRO NOBEL NEM PARA O OSCAR!!!!!
"ESTAMOS APRENDENDO A PRODUZIR (ARTE), CONSUMIR (O QUE É NOSSO) E A PREMIAR (QUEM NÃO SE ENTREGA)". É TUDO NOSSO! SÉRGIO VAZ
VEM AÍ O 1º PRÊMIO COOPERIFA
EM DEZEMBRO VAI ACONTECER A ENTREGA DO 1º PRÊMIO COOPERIFA. O PRÊMIO SERÁ ENTREGUE A TODAS AS PESSOAS E ENTIDADES QUE DIRETA OU INDIRETAMENTE FAZEM A DIFERENÇA PARA O POVO DA PERIFERIA. NÃO IMPORTA DE ONDE OU DE COMO AJUDA. NAS ANDANÇAS DA COOPERIFA DESCOBRIMOS PESSOAS E LUGARES QUE ANONIMAMENTE, OU NÃO, CONTRIBUEM PARA UM MUNDO MELHOR, NA PERIFERIA (É CLARO!).
GENTE QUE SONHA E ACREDITA NO PRÓXIMO. PESSOAS QUE LARGARAM O DISCURSO BONITO DE MESA DE BAR E FORAM À LUTA, POR SI E PELOS OUTROS. O CRITÉRIO DA PREMIAÇÃO É NÃO TER CRITÉRIO. A GENTE VAI PREMIAR QUEM A GENTE QUISER: POETAS, POESIAS, ESCRITORES, ROMANCES, LIVROS, PROJETOS, CDS, MÚSICO, GRUPOS DE TEATRO, ATRIZES E ATORES, JORNALISTAS, CINEASTAS, FOTÓGRAFOS,DOCUMENTÁRIOS, AMIGOS E AMIGAS, PARCEIROS DE CAMINHADA, REVISTAS, INICIATIVAS, SITES, EVENTOS, GENTE DA COMUNIDADE E GUERREIROS EM GERAL.
NÃO VAI TER PRO NOBEL NEM PARA O OSCAR!!!!!
"ESTAMOS APRENDENDO A PRODUZIR (ARTE), CONSUMIR (O QUE É NOSSO) E A PREMIAR (QUEM NÃO SE ENTREGA)". É TUDO NOSSO! SÉRGIO VAZ
quinta-feira, novembro 17, 2005
GOSTARIA DE APRENDER MAIS SOBRE:
O RESPEITO
A DIGNIDADE
A IGUALDADE
A VERDADE
O AMOR
A PAZ
O SER HUMANO!
TALVEZ ESTARIA PREPARADO PARA ENFRENTAR:
O ODIOA INVEJA
O DESCASO
O PRECONCEITO
A DESIGUALDADE
O SER HUMANO!
OU MENOS TERIA RESPOSTA PARA PERGUNTA PORQUE NOS MATAMOS?
"MEU CORAÇÃO CHORA"
http://www.itoglu.it/ekincaglar/coin/coin-br.swf
http://www.romantichome.hpg.ig.com.br/louis.htm
VULTO MADHIBA
O RESPEITO
A DIGNIDADE
A IGUALDADE
A VERDADE
O AMOR
A PAZ
O SER HUMANO!
TALVEZ ESTARIA PREPARADO PARA ENFRENTAR:
O ODIOA INVEJA
O DESCASO
O PRECONCEITO
A DESIGUALDADE
O SER HUMANO!
OU MENOS TERIA RESPOSTA PARA PERGUNTA PORQUE NOS MATAMOS?
"MEU CORAÇÃO CHORA"
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http://www.romantichome.hpg.ig.com.br/louis.htm
VULTO MADHIBA
sexta-feira, novembro 11, 2005
Emergente cultural
Jefferson Dias novembro 2005
(Trabalho de xilogravura)
Participando diariamente de uma guerra ideológica, entre viver e ser um sobrevivente urbano e periférico, artistas emergem em meio à escassez cultural para suprir a carência de nosso povo que ainda sofre pela falta de investimentos na cultura e educação de nosso país.
É o caso do fotógrafo e estudante de artes, Jefferson Dias, 20 morador do jardim Copacabana zona sul de São Paulo há 16 anos, há um ano e meio cursando artes visuais.
Seu interesse pela arte começou aos três anos de idade, desenhando um carrinho como recorda sua mãe Angélica Dias, na cidade de Piripá (BA).
Mas sua passagem pela arte não parou por ai, e se estendendo dos doze aos treze anos, se interessando e fazendo graffiti de rua, já aos 17 fez curso de fotografia inspirado inicialmente por Sebastião Salgado (Brasil) um ícone da fotografia brasileira e Breson Cartier (França).
Atualmente trabalha numa produtora fotográfica, como mais quatro profissionais.
Frases: “Meu objetivo é fazer e me sentir feliz”
“O desenho me ajuda a fotografar melhor, e a fotografia ajuda a desenhar melhor”.
(Trabalho de xilogravura)
Participando diariamente de uma guerra ideológica, entre viver e ser um sobrevivente urbano e periférico, artistas emergem em meio à escassez cultural para suprir a carência de nosso povo que ainda sofre pela falta de investimentos na cultura e educação de nosso país.
É o caso do fotógrafo e estudante de artes, Jefferson Dias, 20 morador do jardim Copacabana zona sul de São Paulo há 16 anos, há um ano e meio cursando artes visuais.
Seu interesse pela arte começou aos três anos de idade, desenhando um carrinho como recorda sua mãe Angélica Dias, na cidade de Piripá (BA).
Mas sua passagem pela arte não parou por ai, e se estendendo dos doze aos treze anos, se interessando e fazendo graffiti de rua, já aos 17 fez curso de fotografia inspirado inicialmente por Sebastião Salgado (Brasil) um ícone da fotografia brasileira e Breson Cartier (França).
Atualmente trabalha numa produtora fotográfica, como mais quatro profissionais.
Frases: “Meu objetivo é fazer e me sentir feliz”
“O desenho me ajuda a fotografar melhor, e a fotografia ajuda a desenhar melhor”.
Rodolfo(Grego)
terça-feira, novembro 08, 2005
São Paulo em gestação
São Paulo em gestação
São Paulo mulher grávida
Em processo de expansão.
Cresce, cresce que explode.
E nasce mais um cidadão.
Ao mesmo tempo em que amamenta
Muitos ficam sem pão.
Nos braços da mãe o bebê sente proteção.
Nos braços da cidade o indivíduo sente solidão.
Apesar dos pesares,
O momento da luz é de pura contemplação.
São Paulo cidade sempre em gestação.
Elizandra
São Paulo mulher grávida
Em processo de expansão.
Cresce, cresce que explode.
E nasce mais um cidadão.
Ao mesmo tempo em que amamenta
Muitos ficam sem pão.
Nos braços da mãe o bebê sente proteção.
Nos braços da cidade o indivíduo sente solidão.
Apesar dos pesares,
O momento da luz é de pura contemplação.
São Paulo cidade sempre em gestação.
Elizandra
O SARAU DA COOPERIFA APRESENTA:
LANÇAMENTO DO LIVRO O TREM - CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL, DO ESCRITOR ALESSANDRO BUZO.
QUARTA-FEIRA 09.11 A PARTIR DAS 20HS
LOCAL: ZÉ BATIDÃO
ANIVERSÁRIO DA COOPERIFA
NESTE DOMINGO 13.11 A PARTIR DAS 11HS
VAMOS ASSAR O TOURO BANDIDO, E SEM AFTOSA.
LOCAL: ZÉ BATIDÃO
WWW.COLECIONADORDEPEDRAS.BLOGSPOT.COM
ABS. SÉRGIO VAZ INF.9333.6508
LANÇAMENTO DO LIVRO O TREM - CONTESTANDO A VERSÃO OFICIAL, DO ESCRITOR ALESSANDRO BUZO.
QUARTA-FEIRA 09.11 A PARTIR DAS 20HS
LOCAL: ZÉ BATIDÃO
ANIVERSÁRIO DA COOPERIFA
NESTE DOMINGO 13.11 A PARTIR DAS 11HS
VAMOS ASSAR O TOURO BANDIDO, E SEM AFTOSA.
LOCAL: ZÉ BATIDÃO
WWW.COLECIONADORDEPEDRAS.BLOGSPOT.COM
ABS. SÉRGIO VAZ INF.9333.6508
segunda-feira, novembro 07, 2005
Literatura Periférica: O Time
Lançamento do livro Vão, do poeta Allan da Rosa e 1º Encontro de Literatura Periférica na ONG Ação Educativa.
Muitos quilômetros percorridos até chegarem no campo, todos os jogadores em suas posições, esperando apenas o assobio do apito. Nesse time não tem adversários, só aliados. Você deve estar se perguntando: como isso é possível?
Está em campo o time da Literatura Periférica, no qual o mais importante não é o momento do gol, mas o trajeto que a bola faz.
Contrariando estatísticas que mostram a pouca e má leitura do brasileiro, escritores e poetas de diversas localidades lutam para que a leitura seja difundida dentro das suas comunidades. Exemplos são o escritor Alessandro Buzo, com a biblioteca comunitária que montou dentro de uma escola de samba Santa Bárbara, no Itaim Paulista – S/L, Sacolinha, com o Projeto Literatura no Brasil e que está atuando junto à Secretaria de Cultura de Suzano, Ferréz, difundindo a Literatura Marginal pelo Brasil, Sergio Vaz, linha de frente do Cooperifa, Cooperativa Cultural da Periferia, no Jardim Guarujá – Z/S, Dinha, uma guerreira que desenvolve seus trabalhos com os adolescentes no Parque Bristol – S/Z. Esses são alguns jogadores que compõem esse time.
A primeira partida aconteceu no dia 27 de setembro, na ONG Ação Educativa, região central. Nesse dia, o escritor Allan da Rosa aproveitou o lançamento do seu livro de poemas Vão para realizar o 1º Encontro de Literatura Periférica. E, em entrevista ao blog de Alessandro Buzo, comenta essa realização: “Uma puta cena que conjurou naquela noite, mas que cresce todo dia, toda semana, escrita nas madrugas, versada nas rodas... E a mídia graúda não vê, não divulga, não quer saber... Quer apostar cada vez mais na mediocridade, alastrar produtos de encomenda e falar que é arte.”
Estavam presentes na partida jogadores que não têm medo de jogar descalços ou sem camisa. Jogam apenas com a alma e com a vontade de mudança e transformação da sociedade em que vivem. Eram eles: Gato Preto, ativista comunitário da favela do Jd. Colombo e rapper do grupo A Família, Lutigarde, mostrando o que é que a baiana tem, muita força e axé, Maria Tereza, com sua bela voz cantando poemas de Solano Trindade, Akins, declamando seus negros versos, Oubi Inaê Kibuko, ativista da literatura Afro-brasileira Cadernos Negros, Ridson, do grupo Extremamente, Zinho Trindade, cantando no improviso, Raquel Trindade, com sua sábia vivência, além dos poetas da Cooperifa Maurício Marques, Samantha Pillar, o grupo Periafricania, Márcio Batista, entre outros.
Sobre a importância do evento para a literatura periférica crescer, e crescer forte, Allan da Rosa diz: “É uma missão nossa, que vamo tocando pra frente, iniciando. Uma missão de não deixar a literatura ficar toda empetecada e vazia, de dar vazão pra nossa vocação e de botar dendê no papel, de cavucar pra trazer a água da febre, escrever sobre os brinquedos e as lágrimas e as doideiras e as mancadas da vida do povo brasileiro, latino, terráqueo. Com nossa limitação, de tempo, de editar, de circular, mesmo assim a gente se ligou que precisa e que pode voar e ler e escrever. Fazer arte que seja um revide, às vezes dando esporro mesmo e noutra hora dando estória e verso pra imaginação do leitor criar força, leveza, não cair no precipício, descobrir junto com a gente outros planos.”
Encerra-se essa partida, em que todos ganham. Mas o jogo continua até que a literatura seja tão importante quanto a água que bebemos para matar a sede.
Quer saber mais? Acesse:
http://www.suburbanoconvicto.blogger.com.br/
http://www.literaturanobrasil.blogspot.com/
http://www.colecionadordepedras.blogspot.com/
Elizandra Batista
Muitos quilômetros percorridos até chegarem no campo, todos os jogadores em suas posições, esperando apenas o assobio do apito. Nesse time não tem adversários, só aliados. Você deve estar se perguntando: como isso é possível?
Está em campo o time da Literatura Periférica, no qual o mais importante não é o momento do gol, mas o trajeto que a bola faz.
Contrariando estatísticas que mostram a pouca e má leitura do brasileiro, escritores e poetas de diversas localidades lutam para que a leitura seja difundida dentro das suas comunidades. Exemplos são o escritor Alessandro Buzo, com a biblioteca comunitária que montou dentro de uma escola de samba Santa Bárbara, no Itaim Paulista – S/L, Sacolinha, com o Projeto Literatura no Brasil e que está atuando junto à Secretaria de Cultura de Suzano, Ferréz, difundindo a Literatura Marginal pelo Brasil, Sergio Vaz, linha de frente do Cooperifa, Cooperativa Cultural da Periferia, no Jardim Guarujá – Z/S, Dinha, uma guerreira que desenvolve seus trabalhos com os adolescentes no Parque Bristol – S/Z. Esses são alguns jogadores que compõem esse time.
A primeira partida aconteceu no dia 27 de setembro, na ONG Ação Educativa, região central. Nesse dia, o escritor Allan da Rosa aproveitou o lançamento do seu livro de poemas Vão para realizar o 1º Encontro de Literatura Periférica. E, em entrevista ao blog de Alessandro Buzo, comenta essa realização: “Uma puta cena que conjurou naquela noite, mas que cresce todo dia, toda semana, escrita nas madrugas, versada nas rodas... E a mídia graúda não vê, não divulga, não quer saber... Quer apostar cada vez mais na mediocridade, alastrar produtos de encomenda e falar que é arte.”
Estavam presentes na partida jogadores que não têm medo de jogar descalços ou sem camisa. Jogam apenas com a alma e com a vontade de mudança e transformação da sociedade em que vivem. Eram eles: Gato Preto, ativista comunitário da favela do Jd. Colombo e rapper do grupo A Família, Lutigarde, mostrando o que é que a baiana tem, muita força e axé, Maria Tereza, com sua bela voz cantando poemas de Solano Trindade, Akins, declamando seus negros versos, Oubi Inaê Kibuko, ativista da literatura Afro-brasileira Cadernos Negros, Ridson, do grupo Extremamente, Zinho Trindade, cantando no improviso, Raquel Trindade, com sua sábia vivência, além dos poetas da Cooperifa Maurício Marques, Samantha Pillar, o grupo Periafricania, Márcio Batista, entre outros.
Sobre a importância do evento para a literatura periférica crescer, e crescer forte, Allan da Rosa diz: “É uma missão nossa, que vamo tocando pra frente, iniciando. Uma missão de não deixar a literatura ficar toda empetecada e vazia, de dar vazão pra nossa vocação e de botar dendê no papel, de cavucar pra trazer a água da febre, escrever sobre os brinquedos e as lágrimas e as doideiras e as mancadas da vida do povo brasileiro, latino, terráqueo. Com nossa limitação, de tempo, de editar, de circular, mesmo assim a gente se ligou que precisa e que pode voar e ler e escrever. Fazer arte que seja um revide, às vezes dando esporro mesmo e noutra hora dando estória e verso pra imaginação do leitor criar força, leveza, não cair no precipício, descobrir junto com a gente outros planos.”
Encerra-se essa partida, em que todos ganham. Mas o jogo continua até que a literatura seja tão importante quanto a água que bebemos para matar a sede.
Quer saber mais? Acesse:
http://www.suburbanoconvicto.blogger.com.br/
http://www.literaturanobrasil.blogspot.com/
http://www.colecionadordepedras.blogspot.com/
Elizandra Batista
Quem se importa ???
Quem se importa?
Que irmãos irmãs se matem por nada.
Quem se importa?
Que milhões de pessoas morram todos os dias de fome!“fome” (não ter como se alimentar)
Quem se importa?
Em apenas lhe dar uma palavra de incentivo quando mais precisa!
Quem se importa?
Quando políticos,de direita esquerda roubam o dinheiro do povoe nas eleições somos obrigados a votar.(pois é a democracia ...)quem se importa ?
quem se importa?
Eu me importo e talvez você também se importe...Mas é chegado o momento de sairmos da teoria e nos importar com a “Pratica”.
Atitude atitude atitude
Alguém com certeza neste momento suplica para que alguém se importe.
“Mova-se”(...)(quero esclarecer que não estou impondo nada há ninguém simplesmente me importo...)
E que Deus não nos abandone nunca!!!
Muita paz e um bjo no coração!
Vulto Madhiba, Embu das Artes
Livro sobre Santo Dias é Premiado
Quando o passado se transforma em história” (Luciana Dias, Jô Azevedo e Nair Benedicto / Ed Cortez) foi o ganhador do XXVII Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, no quesito livro-reportagem. A publicação conta a história do líder operário Santo Dias da Silva, uma das grandes lideranças periféricas nas lutas por justiça social. A premiação aconteceu dia 25 de outubro no Parlamento Latinoamericano, data que coincide com um ciclo de eventos em memória de Herzog, jornalista que a exatos 30 anos foi assassinado por agentes do regime militar. Ganhar este prêmio se torna mais especial devido ao nome que ele carrega, tornando-se uma garantia de que bons trabalhos estão sendo feitos para que as histórias da periferia não sejam esquecidas.
Amanda Lacerda
Amanda Lacerda
II Fórum Social Sul
No dia 30 de outubro, o segundo de eventos organizados pelo Fórum Social Sul, houve a missa de celebração pelos 26 anos de morte de Santo Dias no cemitério do Campo Grande. A cerimônia religiosa foi feita, como tradicionalmente, no túmulo do operário e ministrada pelos padres Luis Giuliane e Jaime Crowe. A missa contou com a presença de aproximadamente 50 pessoas, e manteve bastante conexão com os que ali estavam, fazendo todos participarem da celebração. Essa proximidade foi demonstrada em vários momentos: o governo Lula e sua postura, como em muitos lugares no páis, foi questionado e nesse momento o padre Jaime resgatou a frase de uma antiga música do grupo Paralamas do Sucesso: “desse mar de lodo há de nascer uma flor bonita”, enquanto várias pessoas indagaram a perseverança e a crença. Lula já esteve naquele mesmo lugar participando do enterro de Santo Dias. Segundo Dona Ana, viúva de Santo, a existência do Fórum é: “Uma semente para os jovens e pra quem acredita somos nós que temos de fazer as mudanças acontecerem, as pessoas vão comparecer ao Fórum e vão sair de lá de um modo diferente. Vão se realimentar e espalhar essas idéias”.
Amanda Lacerda
Amanda Lacerda
Universidade Pública na Zona Sul
No dia 22 de outubro a equipe do Becos e Vielas entrevistou o vereador Carlos Gianazzi, sobre a proposta de construção de um campus da UNIFESP (Universidade Federal do Estado de São Paulo) aqui na zona sul. Segundo o vereador o projeto já foi enviado para a universidade e aprovado em todas as instâncias. O terreno que abrigará o campus é de posse da prefeitura de São Paulo, já foi liberado pelo prefeito José Serra e está situado próximo ao Terminal Santo Amaro. O grande entrave nesse momento é a liberação de verba no orçamento federal para a construção do prédio e dependências necessárias a estrutura da universidade. Quando questionado se as novas vagas não iam acabar ficando nas mãos dos estudantes de escolas particulares e cursinhos pré-vestibular o vereador disse: “Nesse aspecto, a Reforma Universitária vai garantir bons resultados, já que 50% das vagas vai ser direcionada exclusivamente para alunos que se formados em escola pública.” Mais do que uma universidade na zona sul, é necessário que os moradores daqui ocupem esse espaço. Para que isso aconteça a pressão popular para que este projeto saia do papel se torna fundamental.
Amanda Lacerda
Amanda Lacerda
sexta-feira, novembro 04, 2005
A REVOLTA RUSSA E ORQUESTRA DE GRAÇA
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo programou O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein, um dos filmes mais discutidos da história do cinema, que retrata a revolução de 1905 na Rússia Czarista. O filme aborda a revolta de 1905 dos marinheiros do encouraçado soviético, quando lhes é servida carne podre. A obra foi encomendada a Eisenstein para comemorar os 20 anos da Revolução Russa que, em suas mãos, se converteu em uma sinfonia de imagens surpreendentes.>O diferencial da exibição deste clássico é a Orquestra Jazz Sinfônica, que executará peça de Dmitri Shostakovich, sob a batuta do Maestro João Maurício Galindo simultaneamente à exibição do filme.
Dias 03 e 05/11, às 21h.
Grátis>Memorial da América Latina>
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Metrô Barra Funda>
(11) 3823-4600
Nilda Rodrigues
Dias 03 e 05/11, às 21h.
Grátis>Memorial da América Latina>
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Metrô Barra Funda>
(11) 3823-4600
Nilda Rodrigues
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