Durante os preparativos para a Semana de Arte Moderna da Periferia núcleos ligados ao audiovisual da zona sul de São Paulo elaboraram o seguinte manifesto sobre o circuito alternativo de produção, distribuição e exibição audiovisual.
O manifesto não nasce da necessidade de se criar dogmas ou diretrizes, foi criado com a intenção de levantar o debate tanto estético quanto social e político das recentes realizações.
O manifesto é aberto para todos os grupos que se identificarem com o debate.
MANIFESTO DO OLHAR VISCERAL
Sou viela, ciranda ou morro.
O corpo. As vísceras.
Reivindicando a alma seqüestrada há mais de 500 anos.
O vídeo-artesão na linha de montagem feita de organismo vivo; gerado da necessidade de representar o universo que nos circunda.
O nosso vídeo se faz à imagem esculpida do puro caos ordenado no calor da noção de quem não só filma, mas se filma ao narrar sua própria história pela lente fria da câmera.
O olhar em desintoxicação!
Uma ofensa ao pobre cinema-manso, à mediocridade da novela nossa de cada dia.
Nossa estética é a da procura, a do resgate, a do encontro, da experimentação.
Olhar quilombola que ofusca e risca a imagem dos borba-gatos da colonização cultural.
Sabotagem na linha de reprodução de estereótipos.
Celebração do personagem vivo, do personagem-alma, da periferia viva.
O encontro entre personagem, espectador e realizador, um na bolinha do olho do outro.
Em busca da cinemateca perdida criamos nossos cineclubes-avessos em bares, escadões, becos, nossas quebradas...
Periferias como centro. Periferia do universo, do mundo, do país, da cidade, dialogando com nossos sentimentos.
E... nosso nome não é Zé Pequeno!!!!!!!!!!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário