Quem disse que mulher não entende de futebol não conhece a dona Maria.
A mineira Maria Rodrigues Souza, 62 anos, foi para a Bahia aos 10 e migrou para São Paulo aos 27, com 6 filhos e viúva. Há 5 anos é presidente do Pé de Bola, time de futebol do Jardim Nakamura e também tem muitos netos , como ela mesmo disse: “Tenho que pegar um saco de milho e jogar no quintal pra ver quantos netos eu tenho.”
Inquieta e simpática ela nos explica como começou a gostar de futebol
“Todo dia, 4h da manhã eu saía de casa com sacola no pé (por causa do barro) até a avenida pra pegar o ônibus pra ir trabalhar, e os meus macho (os filhos) só queriam saber de jogar bola, não faziam o serviço de casa. Eu metia o reio. Acabei me acostumando(com o futebol)”.
Seu irmão foi quem lhe passou a presidência do time, desde então dona Maria faz o que pode, junta a aposentadoria e o lucro do barzinho,que o que dá mais lucro é sorvete, para comprar as camisas e pagar os campeonatos. Ela é quem faz tudo, desde lavar o jogo de camisa ao churrasquinho de comemoração.
“Não tenho idéia de quanto gasto com o time. No dia de jogo, compro um sacão de batata, dou uma cozida e dou pros meninos.”
Domingo, dia 30 de outubro, Pé de Bola X Blazer Bar pelas quartas de final da Copa Pé de Bola no antigo campo do Zona Sul, campo que dona Maria pagou 5 mil pela sociedade com seu Zé.
Nossa equipe chega atrasada e ao perguntar sobre dona Maria um torcedor responde: Não sei se ela está aqui, ainda não ouvi tiros de rojão!
.Mas ela estava no barzinho da beira do campo. Nos recebe com um sorriso e logo em seguida: “Acordei 5h da manhã pra fazer uma pinguinha e um tira-gosto pra vocês, já tava chamando vocês de pipoca.”
Chega a hora do Pé de Bola entrar em campo.
A presidente do time já nervosa e com os rojões na mão grita: Ô juizzz, vai começar logo isso ou eu vou ter que entrar no seu lugar. To falando mesmo!!!
Enfim o árbitro apita e a dona Maria arrebenta com os fogos: KBUMM!! Pé de Bolaa!!
“Comigo é assim meu filho, enquanto as pestanas tiver rebatendo eu to de pé. O bagulho é doido.No último campeonato (em que o time ficou em segundo lugar - verificar) comprei 5 caixas de fogos e só fiquei de cantinho estourando (para comemorar), escondida, porque eu sabia que eles ião me jogar pro alto.”
Dona Maria não é a técnica, mas não deixa de meter o bedelho: Fica de boa que só to vendo você de copinho na mão. Vai pro banco, ta bebendo!
A presidente diz que se for preciso, bate com facão na bunda dos jogadores.
Um torcedor, gritando injuriado, diz que se alguém for expulso, vai meter bala. Mas o domingo é de futebol e todos são amigos, vizinhos. A trilha sonora fica por conta de Fim de Semana no Parque (Racionais).
A nossa Maria passa todo o jogo na beira do campo, com o rojão descarregado na mão e a mãe do juiz na ponta da língua, diz que a emoção é demais mas quando sente o coração um pouco mais agitado, toma suco de maracujá.
Termina o segundo tempo, O X O. A decisão é nos pênaltis, a baixinha querida pela comunidade, fica zanzando de um lado para o outro, não quer conversa.
O Pé de Bola é eliminado e depois de cumprimentar quase todos, dona Maria segue para o bar, a sede do time, sozinha. Ainda serve caldo de mocotó e cerveja para todos com a mesma energia de quando estava em campo.
“Ainda quero muita coisa mas por enquanto só falta arrumar o campo pra comunidade, cercar direitinho, fazer tudo bonitinho.”
A mineira Maria Rodrigues Souza, 62 anos, foi para a Bahia aos 10 e migrou para São Paulo aos 27, com 6 filhos e viúva. Há 5 anos é presidente do Pé de Bola, time de futebol do Jardim Nakamura e também tem muitos netos , como ela mesmo disse: “Tenho que pegar um saco de milho e jogar no quintal pra ver quantos netos eu tenho.”
Inquieta e simpática ela nos explica como começou a gostar de futebol
“Todo dia, 4h da manhã eu saía de casa com sacola no pé (por causa do barro) até a avenida pra pegar o ônibus pra ir trabalhar, e os meus macho (os filhos) só queriam saber de jogar bola, não faziam o serviço de casa. Eu metia o reio. Acabei me acostumando(com o futebol)”.
Seu irmão foi quem lhe passou a presidência do time, desde então dona Maria faz o que pode, junta a aposentadoria e o lucro do barzinho,que o que dá mais lucro é sorvete, para comprar as camisas e pagar os campeonatos. Ela é quem faz tudo, desde lavar o jogo de camisa ao churrasquinho de comemoração.
“Não tenho idéia de quanto gasto com o time. No dia de jogo, compro um sacão de batata, dou uma cozida e dou pros meninos.”
Domingo, dia 30 de outubro, Pé de Bola X Blazer Bar pelas quartas de final da Copa Pé de Bola no antigo campo do Zona Sul, campo que dona Maria pagou 5 mil pela sociedade com seu Zé.
Nossa equipe chega atrasada e ao perguntar sobre dona Maria um torcedor responde: Não sei se ela está aqui, ainda não ouvi tiros de rojão!
.Mas ela estava no barzinho da beira do campo. Nos recebe com um sorriso e logo em seguida: “Acordei 5h da manhã pra fazer uma pinguinha e um tira-gosto pra vocês, já tava chamando vocês de pipoca.”
Chega a hora do Pé de Bola entrar em campo.
A presidente do time já nervosa e com os rojões na mão grita: Ô juizzz, vai começar logo isso ou eu vou ter que entrar no seu lugar. To falando mesmo!!!
Enfim o árbitro apita e a dona Maria arrebenta com os fogos: KBUMM!! Pé de Bolaa!!
“Comigo é assim meu filho, enquanto as pestanas tiver rebatendo eu to de pé. O bagulho é doido.No último campeonato (em que o time ficou em segundo lugar - verificar) comprei 5 caixas de fogos e só fiquei de cantinho estourando (para comemorar), escondida, porque eu sabia que eles ião me jogar pro alto.”
Dona Maria não é a técnica, mas não deixa de meter o bedelho: Fica de boa que só to vendo você de copinho na mão. Vai pro banco, ta bebendo!
A presidente diz que se for preciso, bate com facão na bunda dos jogadores.
Um torcedor, gritando injuriado, diz que se alguém for expulso, vai meter bala. Mas o domingo é de futebol e todos são amigos, vizinhos. A trilha sonora fica por conta de Fim de Semana no Parque (Racionais).
A nossa Maria passa todo o jogo na beira do campo, com o rojão descarregado na mão e a mãe do juiz na ponta da língua, diz que a emoção é demais mas quando sente o coração um pouco mais agitado, toma suco de maracujá.
Termina o segundo tempo, O X O. A decisão é nos pênaltis, a baixinha querida pela comunidade, fica zanzando de um lado para o outro, não quer conversa.
O Pé de Bola é eliminado e depois de cumprimentar quase todos, dona Maria segue para o bar, a sede do time, sozinha. Ainda serve caldo de mocotó e cerveja para todos com a mesma energia de quando estava em campo.
“Ainda quero muita coisa mas por enquanto só falta arrumar o campo pra comunidade, cercar direitinho, fazer tudo bonitinho.”
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